De IPv4 para IPv6: por que fazer a transição do seu provedor?

1 de março de 2023

Você já ouviu falar que os endereços IP estão acabando? De certa forma, isso é verdade! Quase todas as combinações de IPs da versão 4 já estão sendo utilizadas, o que tem causado complicações para os provedores e usuários. Por isso, a internet está passando para o IPv6. 

IPv6 é o novo padrão de protocolo da internet que está se tornando rapidamente a forma como os dispositivos se comunicam online. Quais são as principais diferenças entre IPv4 e IPv6? Por que seu provedor precisa fazer essa transição? Leia até o final e fique por dentro desse assunto importantíssimo para quem é do mercado de provedores!

O que é endereço IP?

Inicialmente, é necessário compreender o que é um endereço IP. Internet Protocol (IP) é um endereço utilizado para identificar um dispositivo conectado à rede. Todo o acesso a sites, jogos e aplicativos conectados à internet fazem uso deste endereço para se comunicar e trocar informações. 

Esse dado identifica cada um dos dispositivos conectados, seja um smartphone, um computador ou um tablet, por exemplo. Sendo assim, cada um dos aparelhos conectados à internet possui um endereço IP, como se fosse um CPF dos dispositivos eletrônicos que acessam a internet.

Atualmente, os endereços de IP são representados por quatro conjuntos de números que podem ir até 255. Ou seja, o intervalo de endereçamento IP vai de 0.0.0.0 a 255.255.255.255. 

Para ter acesso a esses números de protocolos, os provedores precisam solicitar junto às organizações responsáveis pela distribuição, no caso do Brasil é a NicBR. O problema é que não há mais protocolos IPv4 disponíveis para distribuição e quem tem alguns blocos deste protocolo está tendo que fazer a reutilização dos números, fazendo com que mais de um cliente utilize o mesmo endereço. 

O que é IPv4?

O protocolo IPv4 é o padrão pelo qual a internet funciona desde a sua criação, e significa Internet Protocol version 4, ou seja, a quarta versão do sistema. O IPv4 possui endereçamento de 32 bits, e sustenta aproximadamente 4 bilhões de combinações de endereços IPs no mundo todo. 

Lançado em 1978, o IPv4 padronizou a comunicação entre os computadores na internet. Ele é um protocolo sem conexão, o que significa que os dados podem ser enviados sem que as partes gastem tempo estabelecendo uma conexão direta e requer apenas pequenas quantidades de memória.

No entanto, o IPv4 não possui mais capacidade de expansão para sustentar a demanda de internet global, além de já apresentar falhas de segurança. O número de combinações possíveis do IPv4 parecia inesgotável 30 anos atrás, mas, com o crescimento constante de dispositivos conectados e o advento de tecnologias como a Internet das Coisas, essa quantidade começou a ficar escassa. É por isso que já se iniciou a migração para uma versão mais avançada: o IPv6.

O que é IPv6?

IPv6 é a ferramenta desenvolvida em sucessão ao IPv4, para solucionar os problemas da última versão, sendo a sexta revisão do sistema de endereços de IP. Ele atua em 128 bits, podendo suportar 340 undecilhões de endereços, valor que pretende atender às demandas da internet por um bom tempo. 

Além da quantidade superior de IPs em relação ao IPv4, ele também traz melhorias em relação à segurança e qualidade das conexões. Um exemplo é o IP Security, que garante autenticidade, integridade e confidencialidade por meio de criptografia, embora o IPv4 conte com firewalls e outros dispositivos para garantir segurança.

Qual é a diferença entre endereços IPv4 e IPv6?

A diferença entre os endereços IPv4 e IPv6 é que os endereços IPv6 são mais longos e formatados de maneira diferente, portanto, há mais configurações de endereços IPv6 exclusivos possíveis. O IPv4 é um sistema de 32 bits que usa uma sequência de números separados por pontos, enquanto o IPv6 é um sistema de 128 bits que usa sequências alfanuméricas separadas por dois pontos.

Veja as diferenças entre IPv4 e IPv6 de maneira mais detalhada:

IPv4 IPv6
Criação 1978 – Implantação 1981 Criação 1998 – Implantação 2012
Endereços de IP de 32 bits Endereços de IP de 128 bits
4,3 bilhões de endereços 340 undecilhões de endereços
Endereços serão reutilizados e mascarados Cada dispositivo terá um endereço único
Notação numérica ponto-decimal Notação hexadecimal alfanumérica
195.168.8.12 2001:0DB8:AD1F:25E2:CADE:CAFE:F0CA:84C1
DHCP ou configuração manual Suporta autoconfiguração

 

IPv4 x IPv6: velocidade

O IPv6 pode acessar a rede sem passar pelo NAT (Network Address Translation ou Endereço de Rede, e tradução livre), fazendo com que ele tenha um desempenho melhor que o IPv4. 

Além disso, o cabeçalho maior do IPv6 significa que mais dados acompanham cada transferência, e a estrutura simplificada permite um envio mais rápido. No IPv4, a maioria dos dados que você recebe passa por um endereço IP compartilhado por muitas outras pessoas antes de serem encaminhados até sua máquina. A comunicação IPv6 é mais rápida, porque um dispositivo envia dados diretamente para outro.

IPv4 x IPv6: segurança

O IPv6 tem mais vantagens, já que ele vem com o IPsec para trazer segurança para as comunicações de rede, além de poder rodar criptografia de ponta a ponta para evitar ataques MitM.

Outra vantagem é que a quantidade gigantesca de IPs dificulta técnicas de varredura de IP em redes, em busca por dispositivos vulneráveis. Mas a principal lacuna de segurança que o IPv6 permite corrigir é a aplicação de criptografia aos pacotes de dados trafegados. Embora o IPv4 permita o uso do IPSec, impede seu uso quando baseado em NAT.

Impacto para os provedores

Os provedores que trabalham com o protocolo antigo não precisam se preocupar, pois não se sabe quando e se o protocolo IPv4 entrará em desuso, sendo completamente substituído pelo IPv6. Contudo, os equipamentos mais recentes estão sendo fabricados em compatibilidade com o novo protocolo. Equipamentos antigos, não compatíveis, eventualmente deverão ser substituídos.

Atualmente, os provedores têm enfrentado a falta de protocolos IPv4 disponíveis. Com isso, acabam utilizando um único número de protocolo para diferentes clientes e utilizando o protocolo NAT para fazer uma redistribuição. Alguns provedores chegam a usar CGNAT (duas camadas de NAT) para fazer a distribuição. 

Entretanto, essa estratégia pode prejudicar a comunicação dos equipamentos, impedindo que o serviço funcione adequadamente. Além disso, os provedores precisam atender às metas da Anatel para atualizarem seus sistemas e operarem com o novo protocolo.

Como e quando vai ser a migração do IPv4 para o IPv6?

De certa forma, essa migração já vem acontecendo, de maneira lenta e gradativa, desde que o IPv6 foi lançado, em 1998. Em 2012, quando os números de IP do IPv4 chegaram à escassez, ocorreu uma aceleração nesse processo, mas que segue sendo feito com cautela e segurança, já que ambos os protocolos podem coexistir.

Embora seja provável que a troca do IPv4 para o IPv6 exija que software e roteadores sejam alterados para suportar o avanço da rede e que isso demande tempo e dinheiro, espera-se que o processo de migração seja bem simples e sem impactos para os provedores.

Atualmente, todas as ONUs (Unidades de Fibra Óptica) já contam com os dois protocolos, por isso é possível fazer a comunicação entre pontos diferentes, com endereço de origem IPv4 e de destino IPv6 ou vice-versa. Os provedores que estão atualizados com o protocolo IPv6 podem ativar o IPv4 para fazer a comunicação com os pontos que se comunicam apenas com esse protocolo. Quem ainda utiliza o IPv4, também pode ativar o IPv6 para se comunicar com ambos protocolos.

Os provedores devem seguir assim, utilizando os dois protocolos, até que todos os pontos estejam se comunicando apenas com o protocolo IPv6. É importante atentar no momento de compra de novos aparelhos, antes de adquirir, é preciso observar se há suporte ao IPv6. Do contrário, o equipamento pode se tornar obsoleto em pouco tempo.

E para os clientes, o que muda?

Hoje, os sistemas operacionais dos dispositivos mais novos, tanto de smartphones quanto de computadores, já contam com IPv6. No entanto, pode ser que roteadores e servidores tenham que ser substituídos para suportarem o novo protocolo. Muitos ainda não suportam e isso  impossibilita a conexão entre um dispositivo com endereço IPv6 e um roteador ou servidor que só suporta IPv4. Mas também não há urgência, pois a substituição será gradativa.

Outros segmentos afetados por essa mudança de protocolos, além dos provedores de telecomunicações, são provedores de conteúdos, de aplicações e de serviços, por exemplo: servidores de hospedagem, websites, provedores de e-mail, e-commerces, serviços bancários e governo. Esses segmentos devem ficar atentos às mudanças e fazerem o possível para se manterem atualizados, pois seus serviços impactam a rotina de muitos usuários.

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